Uma visão
médico-espírita
sobre o aborto
Aborto, sim e não
LUIZ CLÁUDIO DE PINHO
Perfeitamente compreensível em países como o Brasil, envoltos em paixões variadas, sobretudo as de caráter religioso, vermos teses e posturas apaixonadas referentes ao assunto – aborto. No entanto, do ponto de vista científico e espírita, é perfeitamente cabível o aborto quando se encontra em risco de morte a gestante. A isto, nos reportamos à resposta categórica registrada por Allan Kardec, na questão 359 de O Livro dos Espíritos. No oposto, seja por conta de um estupro ocorrido, de um abandono paterno, receio dos familiares, etc. o aborto deve ser evitado. Há riscos variados, não apenas para a saúde física materna, por conta de hemorragias, sentimentos de culpa com distúrbios do comportamento, mas, sobretudo, por comprometimentos espirituais perante a violência perpetrada. Dentro da visão espiritista-cristã, que não concebe fanatismos e execrações a quem delinqüe, o embrião ou feto arrancado, da maneira como esclarecemos, pode levar o Espírito reencarnante a tornar-se um terrível perseguidor espiritual por conseqüência da rejeição recebida. Nestes termos, não apenas a mãe, mas todos que participaram direta ou indiretamente, seja na condição de práticos da
morte ou de financiadores desta, adquirem uma dívida de graves conseqüências que só poderá ser saldada através de “adoções- reajustes”, seja material ou espiritualmente falando. Apenas o arrependimento, sem o pagamento da dívida, não recupera a área lesada. Tampouco, acusar aqueles que erram contribui para uma tomada de consciência. Ademais, asseverou Pedro, 4:8: “[...] o amor cobre a multidão de pecados” e quem nunca errou, nesta ou em outras vidas, continue a atirar a primeira pedra.