Interrupção voluntária da
gravidez na adolescência
impensado: o sentimento de despreparo para a maternidade e a falta de condições financeiras. As adolescentes que abortam são vítimas da falta de orientação sanitária e educativa sobre o assunto; em geral, isolam-se das demais pessoas, abraçando a solidão, quando se defrontam com a gravidez não programada; fato notório é a inexistência ou escassez de diálogo familiar. São relevantes os dados que apontam para o fato de grande parte dos pais desconhecerem que as suas filhas adolescentes engravidaram e abortaram. O aborto provocado, independentemente da faixa etária em que acontece, contraria o mais elementar dos direitos humanos: o de viver. Trata-se de uma transgressão da lei de Deus, conforme esclarece a questão 358 de O Livro dos Espíritos: “[...] Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando”. As campanhas em defesa da vida, continuamente enfatizadas pelas instituições espíritas, assim como por algumas comunidades religiosas e civis, têm como finalidade despertar a população para o significado e o sentido da vida. São movimentos pacíficos caracterizados pela organização e seriedade, que procuram destacar o dom da vida, concedido por Deus a todos os seus filhos, e também neutralizar as influências nefastas das idéias materialistas ainda reinantes no Planeta. Neste contexto, é de fundamental importância que os jovens, em especial, tomem consciência de que o aborto delituoso é crime “[…] doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação”. Os processos obsessivos que se instalam, em decorrência do aborto, atormentam a existência das jovens e dos seus parceiros de Os pais devem acompanhar de perto as atividades dos filhos, apoiando-os com amor e fraternidade, em qualquer situação desafiante delito, transformando-os, ao longo da existência, em pessoas desajustadas, em razão do remorso e das amarguras que trazem na intimidade da alma. Neste contexto, os obsessores atrelam-se a esses irmãos, em regime de convivência íntima, espoliando-lhes as emanações vitais em declarado processo de vampirismo energético e de parasitose mental. […] Pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e à ulceração, à dipsomania e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinqüência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patológicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte. As lideranças espíritas, sobretudo as que desenvolvem tarefas junto ao público infantil e jovem, devem priorizar ações em defesa da vida, investindo nas medidas educativas de esclarecimento e prevenção do aborto. As orientações transmitidas não podem ser limitadas a mero caráter informativo, mas devem suscitar trocas de idéias que conduzem, de forma natural, à reflexão e à conscientização morais. Os jovens e adultos, assim preparados, optam pela vida, jamais pelo aborto, ainda que surpreendidos por uma gravidez não planejada. Os pais, por outro lado, devem acompanhar de perto as atividades dos filhos, apoiando-os com amor e fraternidade, em qualquer situação desafiante, desta ou de outra natureza. As adolescentes grávidas, amparadas pelos pais e familiares, não abortam, aprendendo, por maiores que sejam, com os percalços e as dificuldades que surgem na sua existência.