Entrevista com Divaldo Franco
O Evangelho é o guia de todos os momentos
Reformador: Quais as consequências da atitude de dirigentes espíritas que, preocupados em obter recursos financeiros para a Casa Espírita, vendem todo tipo de livro espírita, não espírita, sem critério de seleção, e realizam vários tipos de atividades para captação de recursos?
Divaldo: Os espíritas, temos a obrigação de manter as instituições que criamos. Necessitamos tirar o escorpião do bolso e colocar a mão lá dentro. Não é lícito que peçamos àqueles que não são espíritas para que sustentem as nossas atividades espíritas. Podemos fazer a divulgação do nosso trabalho e solicitar a pessoas generosas, que gostam de realizar o bem, que nos ajudem no enobrecimento. Mas, não criarmos instituições para que outros se encarreguem de mantê-las. Há um velho ditado que informa “que não devemos pôr o chapéu onde o braço não chega”. Porque, momento virá, em que não alcançando o local, o chapéu cai. Estamos acostumados a arranjar mecanismos de sustentação do Centro Espírita, de ampliá-lo indefinidamente, esquecendo-nos das bases doutrinárias. Não são compatíveis, esses movimentos – bingos, rifas, bailes – na Casa Espírita.
A pretexto de fazermos o bem, não nos é lícito utilizar-nos de meios que não correspondam à qualidade de nossos ideais, porque, desse modo, seria mais lucrativo realizar atividades consideradas ilícitas. Nesse raciocínio de que os meios vão levar-nos a um objetivo elevado, tese, aliás, marxista, de que os meios justificam os fins, estamos cometendo uma deslealdade para com o Espiritismo. Que as nossas casas realizem o que seja possível com os recursos disponíveis na ocasião.