Os acontecimentos da vida, para se verificarem, sempre reclamam espaço e condições eletivas apropriadas. É assim que o bacilo de Koch, para se instalar e desenvolver, precisa encontrar um pulmão necessariamente enfraquecido, oferecendo condições e espaço para sua proliferação, provocando a tuberculose pulmonar.
No psiquismo humano ocorre situação idêntica. A mente desocupada, vazia de conteúdo útil, se torna fragilizada e oferece oportunidade ampla à ocupação de atividades inúteis, porque elas não reclamam quaisquer esforços.
A fé robustecida e a razão esclarecida dedicam-se à busca das respostas para as inquirições inevitáveis que a vida nos impõe: Qual a nossa origem? Por que existimos? Para onde iremos após a morte? Neste esforço incessante a fim de conhecer as respostas e sobre elas meditar, mantém a mente ocupada com assuntos de elevado conteúdo e importância, tanto intelectual como moral. Deste modo, não haverá espaço vazio que possa ser ocupado por experiências malsãs, frivolidades e prazeres ilícitos conducentes ao domínio de forças inferiores.
O vício se instala quando encontra espaço vazio nas consciências que, enfraquecidas pela ociosidade, se desinteressam pelos graves problemas da vida que atingem todas as criaturas.
Quando o viciado se dispõe ao interesse efetivo, na busca das respostas que expliquem sua própria realidade, estará retomando o espaço ocupado pela dependência a que se escravizou, e nesse esforço receberá a ajuda substancial dos Espíritos superiores, trabalhadores da caridade, incumbidos pelo Divino Mestre, que virão fortalecê-lo e estimulá-lo na luta até a vitória final. Se precisam se fortalecer, não devem desprezar nem esquecer os caminhos que Jesus veio oferecer aos homens. No “buscai e achareis”, que nos ensinou, está a dizer-nos que não basta suplicar através da oração a ajuda; será indispensável “buscar”, e ninguém poderá fazê-lo, mostrando-se indiferente e negligente.
Mesmo após instalar-se o processo da dependência, o viciado poderá vencê-la, ocupando-se gradualmente com o aprendizado das verdades eternas e das leis divinas que governam a vida, aplicando-se à leitura perseverante, sistemática e metódica dos livros que ensinam o Evangelho de Jesus. Do mesmo modo que poderemos substituir a água poluída de um recipiente, derramando nele aos poucos água limpa até que ocupe todo o espaço da poluída, a leitura sadia e interessada dos ensinos do Mestre irá gradativamente tomando o lugar das ideias viciosas, até sua total extinção.
Ânimo irmãos! Lembrem-se: Deus nos criou livres, oferecendo-nos o livre-arbítrio para escolhermos o próprio caminho! Como poderemos nos conformar com a escravidão ao que quer que seja? Não percam a fé! Iniciem a batalha pela libertação total, e a ajuda do Altíssimo não faltará!
(Por MAURO PAIVA FONSECA )