Em primeiro momento, temos que levar em conta que as Leis de Deus são soberanamente justas e que ninguém sofre o que não fez.
Em segundo momento, precisamos levar em conta a preexistência da alma, uma vez que, é na preexistência da alma que se encontra a origem de diversos males que afligem a humanidade.
Como herdeiros de nós mesmos, é através de nossos atos, que vamos marcando em nosso “corpo astral” como falava Paulo de Tarso ou perispírito como chamam outros, as conseqüências felizes ou infelizes de nossas ações. Temos que levar em conta que, o Corpo Astral é o molde do corpo material, em face dessa realidade, um corpo astral traumatizado ou danificado por ações pretéritas, repercutira na formação do novo corpo material, causando deformidades de toda ordem, entre as quais esta a anencefalia.
A repercussão de nossos atos em futuras reencarnações dependem da forma como assimilamos cada situação, depende do grau consciêncial de cada criatura, como já dizia o Mestre dos Mestres, “a quanto mais é dado mais será cobrado”. Por essa razão, existe tantas variações na maneira em que se apresentam as conseqüências dos nossos atos, mesmos que as motivações tenham sido as mesmas. Essa experiência é muito fácil de ser constatada, uma vez que, no nosso dia a dia, nos deparamos com pessoas que após praticar um ato impensado, bate logo o remorso ou aflição, enquanto outros, praticam as mais atrozes barbaridades e nada sentem. Tudo esta de acordo com seu nível de consciência.
Nada é por acaso na vida!
Existe a solidariedade de pais compreensivos que se esforçam a conceder uma oportunidade de tratamento ao companheiro necessitado. Infelizmente, pela condição espiritual em que se encontram os habitantes do nosso planeta, ainda existe muita dificuldade de pais aceitarem um feto “malformado”.todavia, a gestação de um anencéfalo é uma medida salutar para o ser em formação, para o ser endividado com as Leis Cósmicas. É remédio amargo que cura, é o único processo terapêutico capaz de sanar as feridas da alma. Precisamos lembrar que não existe arbitrariedade envolvida; é pura e simplesmente a colheita das conseqüências dos atos praticados, pois ninguém sofre o que não fez. Somos os únicos responsáveis. Pais que recebem gratuitamente esta possibilidade podem ser considerados missionários, que receberão a gratidão sincera do filho que socorrem. Porém, muitos são os pais que recebem filhos deficientes por terem praticado abortos nesta ou em outras encarnações. Na maioria dos casos, o anencéfalo, quando ocorre por conseqüência de um suicídio, tem relação com a família que irá nascer; seus pais provavelmente estiveram relacionados com seu ato de desespero em outra ocasião.
Atualmente muito tem se discutido pela possibilidade de intervenção na gestação quando da constatação de “malformação” do feto, contudo, tal pratica esta cerceando o tratamento salutar do espírito reencarnante. Cabe ressaltar que a casuística do anencéfalo é mais complexa do que parece. Há muito tempo se sabe que a vida física inicia quando da fecundação. Há mesmo ocasião em que o espírito que irá reencarnar permanece junto da mãe inconscientemente magnetizando o óvulo que será fecundado. Isso ocorre muito seguidamente quando a gravidez possa incorrer em situações singulares. Trata-se de medida útil para a maior afinidade entre mãe e o futuro filho. É muito comum esse tipo de medida com relação ao espírito que produzirá um corpo com anencefalia. Este reforço na afinidade tem o objetivo de fortalecer o carinho dos pais pelo ser que está sendo formado, para que quando da constatação do problema fetal se evite optar pelo aborto.
A opção pelo aborto pode trazer conseqüências que perdurarão por períodos seculares, pois já existindo um envolvimento pretérito entre os pais e o espírito que se encontra envolvido no processo gestatório, dessa forma, os pais deveriam aproveitar a oportunidade de reconciliação, em vez de fomentar os débitos e o acirramento da rivalidade entre os espíritos envolvidos. “reconcilia-te com teu irmão enquanto estão a caminho” é lamentável que mesmo com essa possibilidade de reconciliação, muitos ainda optam pela opção equivocada. Isso se dá, justamente pela conseqüência do nosso estado evolutivo. Somos ainda muito apegado as formas e pouco nos preocupamos com as questões morais que envolvem a vida. Analisamos egoisticamente tudo, só pensamos em nós, e não das necessidades de quem vai nascer, ou por que essa malformação aconteceu.
De maneira e sobre hipótese alguma, a vida pode ser colocada em segundo plano.
texto: Herculano Pereira Sobrinho